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Este artigo volta-se para os processos simbólicos que, frente à iminência do adoecimento e da morte, fazem emergir no imaginário poderosas narrativas que se dinamizam em mitos. Elege, para isso, as imagens simbólicas sobre a lepra que circundam o mito do Papa-Figo criatura fantástica, ele é representado por ricos e poderosos que, contaminados, fariam de tudo para recuperar sua saúde; inclusive consumir vísceras de crianças sequestradas. Em um percurso sincrônico e diacrônico, relacionamos relatos históricos e folclóricos com narrativas contemporâneas: vídeos de exploração à casa da \'viúva Papa-Figo\'. Nesta leitura simbólica, exploramos a recorrência dos símbolos de sangue, fígado, poço, poder, dinheiro e de um Outro misterioso, mostrando que o medo da doença e suas consequências físicas e sociais nos movimentam arquetipicamente, despertando relações ancestrais que nos conectam com o plano da experiência humana.
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