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Introdução: Embora seja consenso que o tema uso de álcool e drogas por adolescentes é importante em razão dos resultados apresentados pelos levantamentos nacionais, não foi possível encontrar uma discussão detalhada e específica sobre a política de álcool e drogas para adolescentes no Brasil. Estudos nacionais e internacionais têm investigado diferentes estratégias de enfrentamento, porém há um consenso de que pouco se conhece sobre a efetividades das ações, sendo a adesão ao tratamento uma das grandes dificuldades. Não foram encontrados estudos que buscam a opinião dos adolescentes sobre o tratamento para o uso de álcool e outras drogas como uma forma de repensar a efetividade das ações e a adesão ao tratamento. Objetivo geral: Compreender de forma compartilhada a opinião de adolescentes atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Adolescer de Cuiabá-MT e dos trabalhadores acerca da adesão ao tratamento para uso de álcool e outras drogas. Metodologia: Estudo estratégico que busca compreender problemas que surgem em ações governamentais ou na sociedade. A abordagem teórico-metodológica é a Hermenêutica-dialética que trabalha com a comunicação da vida cotidiana e do senso comum, pela qual o ser humano é histórico e complementa-se pela comunicação. Para a coleta dos dados, foram realizadas entrevistas individuais com os adolescentes que permaneceram maior tempo em tratamento e interromperam voluntariamente e grupo focal com os mesmos e com a equipe técnica.Foram utilizados os conceitos de necessidades, necessidades de saúde e vulnerabilidade. Resultados: Foram definidas sete formas de discutir a adesão. Fazendo uma analogia à expressão bicho de sete cabeças, os capítulos foram divididos em sete cabeças. A primeira cabeça se refere as razões apontadas para o uso de álcool e drogas, como um dos aspectos a ser considerado na proposta de tratamento; A segunda cabeça está relacionada com as dificuldades para buscar tratamento, destacando os fatores que podem interferir na adesão, como o grupo de pares e a estigmatização; A terceira cabeça discute o tratamento em si, destacando o vínculo com os profissionais; A quarta forma de diálogo se refere aos motivos para a interrupção do tratamento, como a influência do grupo de pares, a estigmatização e as questões econômicas; Na quinta cabeça estão as sugestões dos adolescentes para adesão ao tratamento, como as atividades na comunidade, o envolvimento do grupo de pares e da família no tratamento; A sexta cabeça discute o conceito de adesão e não adesão segundo os adolescentes e os trabalhadores, e as contradições e semelhanças entre eles; e como sétima e última cabeça, são apresentadas as considerações sobre a importância de trazer o sujeito adolescente para a formulação das políticas. Conclusões: Os dados mostraram a importância de realizar o cuidado entendendo que uma proposta não deve ser produto de um saber exclusivamente instrumental científico-tecnológico, mas sim algo construídocom os adolescentes e a partir deles, com suas próprias sabedorias práticas e instrumentais. Foi observado que as falas têm ressonância com os estudos e documentos oficias recentes sobre essa temática, como também, oferecem novas forma de repensar o cuidado nessa área.
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