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Este trabalho é fruto das inquietações da trajetória profissional da pesquisadora que, ao longo de sua carreira profissional, acompanhou as políticas de saúde reprodutiva no país e, como docente, se envolveu com a titulação e qualificação de enfermeiras obstétricas. Diante destas experiências surgiu a necessidade de levantar os fatores facilitadores e dificultadores para formar e inserir enfermeiras obstétricas na prática da assistência ao parto, e como formar profissionais para enfrentar a situação de assistência vigente. Foram entrevistadas profissionais que participam da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO), da elaboração de políticas de saúde no Ministério da Saúde e que atuaram na área como coordenadoras e docentes de cursos de especialização em enfermagem obstétrica. Para subsidiar o trabalho, foi feito uma revisão de literatura sobre as políticas de saúde da mulher, um breve levantamento da história da assistência ao parto e sobre o ensino da enfermagem no Brasil. A seguir, realizou-se 11 entrevistas com profissionais, utilizando-se a História Oral. Este método de investigação possibilita compreender como os indivíduos experimentam e interpretam os acontecimentos, e mostra a percepção do passado como algo que tem continuidade no presente. Após a transcrição, textualização e transcriação dos discursos, foram criadas 4 categorias: Atores e a história, em que as entrevistadas falam da sua trajetória profissional e da história da enfermagem obstétrica; Coadjuvantes das mudanças no contexto do ensino e da prática, onde foram levantados os fatores que contribuíram para a formação e inserção das profissionais na assistência; Barreiras para a formação profissional e para a prática da assistência, em que as entrevistadas mostram alguns dificultadores para a formação e inserção das profissionais e,Desafios na qual foram sintetizados os caminhos que as profissionais devem percorrer para implementar a formação e inserção das profissionais na assistência. Conclui-se que a trajetória percorrida foi importante para a continuidade da formação e da atuação das profissionais e que as políticas ministeriais (portarias e financiamento de cursos) contribuíram para impulsionar a profissão: que tem-se que buscar parcerias com outras categorias profissionais, em especial a médica, com instituições e gestores, e fortalecer os órgãos de classe. Tem-se ainda que titular com qualidade um número maior de profissionais, para que juntas, tenham mais condições de lutar pelas causas da profissão e por mudanças no modelo de assistência. Percebe-se que nos últimos 20 anos a profissão cresceu e foi valorizada, porém, ainda há muito o que conquistar.
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