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O ensino de Enfermagem surge no Brasil no final do século passado ante um processo de confronto de poderes entre Estado, igreja e medicina. Sua institucionalização efetiva-se somente trinta anos depois da criação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) em 1923, seguindo modelo inglês de Florence Nightingale, porém importado dos EUA. O objetivo da criação da escola foi responder às necessidades de pessoal qualificado no combate e controle da Febre Amarela. Assim, o Estado implementa um mercado de trabalho de saúde pública no sentido de promover a reforma Carlos Chagas. Considerando que este foi um período bastante rico em acontecimentos que delinearam os contornos da Enfermagem brasileira na atualidade, este estudo se propõe a conhecer os movimentos de expansão das Escolas de Enfermagem na primeira metade deste século inseridos em um contexto social, político e econômico com vistas a aclarar determinadas questões que possibilitem a reflexão sobre esta fase da história da Enfermagem e suas possíveis relações com o presente e com o futuro, através de um estudo bibliográfico. O ensino da Enfermagem em nosso país emerge em um momento histórico em que a questão da saúde ganha novas dimensões ao surgirem os primeiros traços de uma política de saúde enquanto uma das atribuições do Estado. Apesar de ter sido institucionalizado em 1923, sua consolidação se efetiva somente em 1949 com a Lei 775, resultante de pressões profissionais através da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Nas décadas posteriores à criação da Escola de Enfermeiras do DNSP, houve um crescimento significativo do número de escolas no país de acordo com os determinantes sociais, políticos e econômicos acompanhando as políticas educacionais e de saúde, sendo importante o papel exercido pela ABEn no movimento de expansão das escolas de enfermagem, adotando medidas que buscavam a qualificação do ensino.
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