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A vigilância ambiental através da testagem de águas residuais em busca de evidências de patógenos tem uma longa história de uso em saúde pública, especialmente para o poliovírus e, mais recentemente, com a resistência a antimicrobianos (AMR) No contexto da atual pandemia da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), ela está sendo utilizada para a detecção do SARS-CoV-2 excretado em águas residuais a partir do sistema gastrointestinal superior e do sistema respiratório superior e através das fezes A detecção de fragmentos de RNA não infectantes do SARS-CoV-2 em águas residuais não tratadas e/ou lodo tem sido relatada em vários locais, como em Milão, na Itália;Murcia, na Espanha;Brisbane, na Austrália;vários lugares na Holanda;New Haven, em Connecticut e leste de Massachusetts, nos Estados Unidos;Paris, França;e em locais onde já era feita a vigilância para o poliovírus no Paquistão Pesquisadores na Holanda, França e Estados Unidos demonstraram uma correlação entre as concentrações de RNA do SARS-CoV-2 em águas residuais e relatos de casos clínicos de COVID-19, sugerindo que as concentrações de RNA poderiam dar um aviso prévio de quatro a sete dias antes dos dados de confirmação de COVID-19 Além disso, há esforços em andamento para analisar amostras históricas de águas residuais para buscar evidências de circulação do SARS-CoV-2 no passado A maioria dessas detecções ocorreu no contexto de estudos de pesquisa No entanto, ao menos um país, a Holanda, planeja incorporar a vigilância diária do esgoto em seu monitoramento nacional para COVID-19 Uma abordagem semelhante ao uso da vigilância ambiental como parte do pacote de vigilância rotineira do COVID-19 está sendo estudada na Alemanha12 e foi iniciada na Austrália e na Nova Zelândia A maioria dos estudos publicados até o momento sobre o uso da vigilância ambiental para o SARS-CoV-2 foi em locais com muitos recursos No entanto, são necessárias abordagens que possam ser aplicadas em locais com poucos recursos, onde uma maior proporção da população não está ligada à rede de esgoto e usa latrinas ou fossas sépticas As possibilidades incluem testar águas superficiais contaminadas com esgoto
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