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Resumo Nesse ensaio, objetivamos pensar a pandemia a partir da situação das mulheres. Para tanto, analisamos o modo como a crise sanitária aciona teórico-politicamente noções sobre a casa e a guerra, tomadas como dispositivos de análise. A casa tenciona fronteiras entre público e privado, principalmente ao olharmos para a violência contra mulheres e para o trabalho doméstico. A guerra, estratégia que tem sido usada para pensar o combate ao coronavírus, aciona masculinidades afastando as mulheres dos espaços de decisões políticas para enfrentamento da pandemia, apesar de estarem na linha de frente como trabalhadoras da saúde e em outros serviços essenciais. Entretanto, a gramática bélica também possibilita a denúncia de ataques às mulheres em tempos de crise. Nos usos destes dispositivos, identificamos modos de direcionar a comoção social e hierarquizar vidas. Atentamos para a importância de transversalizar a perspectiva de gênero na construção de políticas públicas durante e pós-pandemia.
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